segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O NOVO QUE DESPERTA A SAUDADE DO VELHO...

É uma questão cultural brasileira desrespeitar as coisas do passado, fazendo do novo uma bandeira de luta diária. Eu, por exemplo, detesto ser homenageado por serviços prestados. No Brasil, quando alguém é homenageado por serviços prestados é porque não presta mais pra serviço nenhum. E eu ainda me considero prestador de serviços. É o espírito de repórter que vive dentro de mim. Essa coisa só para quando a gente morre. Mesmo assim, ainda se tem vontade de voltar para contar aos amigos como é a coisa lá do outro lado. Estou falando essas coisas por causa da situação do nosso Vasco. De repente, vindo do nada, surgiu um movimento chamado NOVO VASCO. Tão falso, tão despojado de estrutura, tão fraco, que já morreu. Não durou dois anos. Ninguém fala mais no tal NOVO VASCO. Nada mais velho do que ele. Só que, nesse caso, é velho no mal sentido. Aquele velho que cheira a naftalina, que anda de muletas e o comportamento é marcado pela demência. Não é aquele velho que dá exemplo ao novo, que fala de glórias e conquistas, de vitórias, de troféus valiosos, que navega, esguio, num mar de emoções, com histórias lindas para contar. É deste velho que eu tenho saudades. Não tão velho assim. Até o final da última década ainda tínhamos pedras preciosas em nossa vitrine. Títulos indeléveis, conquistas gigantescas, craques do tipo Romário, Bebeto, dois Juninhos, Mauro Galvão, Felipe, Euller,Mazinho, para ficar, apenas nos mais recentes. O Vasco era um clube vivo com times fortes e vencedores. Não entrava para disputar. Entrava para ganhar. Tinha o respeito de todos, inclusive dos juízes. Antes de apitar um pênalti contra a gente, ele contava até dez. Se progredirmos mais fundo ao passado (no caso do Vasco, voltar no tempo não é andar para trás, mas progredir) vamos encontrar times que eram o sonho de consumo dos torcedores do mundo inteiro. Onde o Vasco chegava era uma festa. O futebol do Vasco era produto de exportação. Da mais alta qualidade. Aí, na contramão dessa história gloriosa, surgiu o chavão do novo Vasco. Como se o nosso passado não recomendasse. Como se os títulos conquistados não contassem. Como se a imensa torcida, a grande nação que foi sendo construída graças às glórias conquistadas, estivesse dissipada. Então, gente que não tem nada a ver com o Vasco nem com a sua História resolveu criar o novo Vasco. E ele está aí. Sem vida. Amorfo. Destruído. Humilhado. Sem eira nem beira. Sem destino. Passando de ator principal a humilde figurante. Vascaíno de verdade não se engana. Ele sabe quando as coisas não estão bem. Só que o Vasco sempre reagiu aos maus momentos. Os iconoclastas, que atualmente “dirigem” o nosso destino têm os seus dias contados. A História do Vasco até falará deles. Com todas as letras minúsculas. Com todas as lágrimas que marcaram nossa passagem pela humilhante segunda divisão. Eles se esquecem que só os vencedores fazem o Velho sempre novo. Sòmente eles aparecem como heróis em qualquer história. Mas, essa história também fala dos fracassados, incompetentes e destruidores. Eu sei que um dia, o Vasco voltará aos trilhos do inesquecível Expresso da Vitória. Para ser mais atual, mais novo, o Vasco passará de Expresso a Trem Bala do futuro.

SARAVASCO!