ESTÁ NASCENDO MAIS UM SENHOR ZAGUEIRO!!!!
Vocês me perdoem, mas quando o futebol vai bem deixo a política de lado. Sou Vasco por causa do futebol. Sou Vasco por causa do Expresso. Sou Vasco por causa do Ademir Menezes, Lelé e Danilo. Eles foram os primeiros a fazer minha cabeça. Se tivesse que lançar uma camisa comemorativa hoje, lançaria a do Expresso. Foram duas décadas de glórias e conquistas inéditas. A década de setenta, nem tanto, se comparada às de quarenta, cinqüenta, oitenta e noventa. Essas sim, foram as grandes décadas da História do Vasco. Em todas elas tivemos grandes craques. Coisa que não vinha acontecendo há dez anos. Uma década, tão perdida quanto a de sessenta. Depois de tantos pesadelos, a coisa parece que vai mudar. A gente olha pra dentro do campo e já volta a ver quem sabe jogar. E quem não sabe tanto, está demonstrando muita raça. E mais – a gente olha pro campo e vê jovens talentos feitos em casa. Este é o Vasco que eu gosto. Estou falando de várias décadas gloriosas. Em todas elas, o Vasco teve grandes zagueiros. O primeiro da minha vida de torcedor, ainda menino, foi Rafagnelli. Um argentino de Santa Fé. Nunca chegou à seleção de seu país. Veio cedo para o Vasco. Jogava com elegância. Ganhava todas pelo alto. Foi uma das estrelas do Expresso da Vitória. Jogadoraço que morreu pràticamente na miséria. Uma vez me disseram que ele vivia dormindo num banco da praça do Rio Comprido. Fui até la várias vezes. Eu era vereador. Não o encontrei. Tempos depois fiquei sabendo de sua morte. Quase como indigente. Outro zagueirão foi Wilson. Duro, Marcador implacável. Dono da área. Outro foi Daniel Gonzalez, que morreu num acidente de carro. Bellini foi o primeiro brasileiro a erguer uma Taça de campeão do mundo. Juntamente com os vascaínos Vavá e Orlando Peçanha foi campeão mundial de 1958. Grande capitão. Não tinha nada de técnico. Mas tinha raça, vontade, disposição. Era boa pinta e o mulherio suspirava por ele. Geraldo veio do América. Costumava confessar que em semana de jogo importante não tomava banho nem fazia a barba. Entrava em campo mal cheiroso e de barba grande. Pra ele, zagueiro tinha que ter cara feia. Meter medo no ataque adversário. E antes da bola rolar advertia? “a área é minha. Quem se meter a besta la dentro vai se ferrar.” Era outro zagueirão. Brito foi outro que chegou à seleção brasileira. O melhor do ponto de vista atlético da seleção tri campeã em 1970. E o xerife Moisés? Outro que colocava o coração, a alma, a vontade, a garra acima da técnica. Alexandre Torres era clássico. Coisa de “DNA’. Puxou o pai, Carlos Alberto Torres. Tivemos, mais recentemente, o doutor da zaga. Mauro Galvão, que eu coloco, sem medo de errar, entre os cinco maiores zagueiros da história do futebol em todo o mundo. Ainda garoto, participava de um treino no Internacional e fez uma jogada de efeito. O então cracaço Falcão gritou pra ele:”Garoto, zagueiro não enfeita. Zagueiro dá de bico.” E o garoto respondeu:”Onde é que fica esse tal de bico, seu Falcão?” E ele, durante toda a sua vida de craque, de doutor da bola, nunca deu um bico. Até hoje não sabe o que é isso. Passava jogos inteiros sem cometer uma falta. Eu citaria outros grandes zagueiros do Vasco. Clarel, Haroldo, Donato, Marco Aurélio e tantos outros. Mauro Galvão parou de jogar e o Vasco entrou num vácuo de zagueiros. Apareceu tanto perna de pau naquela posição que dava nojo. De repente, surge uma luz. Um garoto que não foi feito em casa. Mas que veio, novinho em folha, do Volta Redonda. No princípio não inspirava confiança. A torcida estava cansada de tantos zagueiros ruins. Mas o garoto, de uma hora para outra, começa a brilhar. Começa a ganhar todas. Pinta de dono da área. Ainda não se sabe se vai ser um novo xerife, um cão de guarda fedido e barbudo ou um novo doutor. Mas mostra que pode ressuscitar a tradição de grandes zagueiros do Vasco.Para mim, Dedé, é a grande revelação desse novo time. Tomara que eu esteja certo. E que ele não se mande tão cedo para o exterior. Voltou a brilhar contra o Vitória. Ganhou todas as jogadas na área. Algumas vezes apareceu no ataque. Foi um dos baluartes na vitória sofrida. Dificultada com a expulsão boba do Carlos Alberto. Agora, a gente vê o Vasco trocar passes dentro de campo. Jogadas de craques, como as arrancadas do Felipe, as chegadas do Zé Roberto, algum refinamento nos toques de bola. Mais que isso - a garra vascaína. Teve uma jogada em que o Nilton perdeu, ganhou, passou por cima do adversário e saiu com a bola dominada. A gente sofreu, mas valeu. Só acho que o garoto Jonathan deveria ter entrado. É mais veloz e tem mais tesão de gol que o Eder Luiz. SARAVASCO!
domingo, 8 de agosto de 2010
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Boa tarde,
ResponderExcluirConcordo com seu texto apesar de ser 88. A solução mais inteligente para o Vasco é subir a garotada da base, muito melhor que pagar altos salários para jogadores sem sangue sem nenhuma identificação para o clube. Dizem que o Genilson também é bom. A barca já saiu?
Abraços.
Saudaçoões Vascaínas!!!!
Áureo,
ResponderExcluirEntrei nessa área de comentários pra concordar com você em relação ao Dedé. Vi o jogar logo nos primeiros jogos do campeonato e falei pra alguns colegas vascainos, "até que enfim o Vasco encontrou um zagueiro de verdade". Acredito muito nesse garoto, com mais experiência deverá evoluir muito e dar grandes alegrias a torcida vascaino. Um abraço, sou seu fã, acompanhei muito seus comentários na rádio Globo.